sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Poemas Sociais de Cecília Maicá

III
Na madrugada fria
os rufãos do vento
cruzam cortando sem mensura
Não adianta trancar as frestas
(o vento é cortante)
Ele penetra com força voraz
o âmago dos ranchos no cimo do cerro
(penetra até a carne das criaturinhas)
Pois é madrugada
e até o vento geme
e entra nas casas para se abrigar

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Meus Versos Para o Brasil - Dolores Pinho Fagundes

Quero que o vento espalhe estes meus versos
por todos os recantos do País,
que fale do amor em que estão imersos,
do sentimento pátrio com que os fiz!

Quero que, da harmonia, os sons dispersos
se envolem puros como o casto lis,
e que as flores de aromas tão diversos
reavivem, mais e mais, cada matiz!

Que o brasiliano solo se proteja
da cobiça dos maus e aventureiros,
que soberana eterna - a Pátria seja!

Que nos graves momentos da peleja
defendam-na valentes brasileiros,
punindo a mão maldosa e malfazeja!

O Lago - Dolores Pinho Fagundes

Declina o dia e o sol, afogueado,
reflete n´água seu rubro esplendor,
pondo no lago quieto e iluminado
a inspiração de um mágico pintor!

Um par de cisnes negros, lado a lado,
flutua mansamente e, com dulçor,
a travessia faz, enamorado,
indo de um ponto a outro sem clamor!

Os pássaros, pousados na ramagem,
despertam num concerto que ressoa,
saudando o dia em tão breve passagem!

Sente o poeta na alma a doce aragem
da multidão de sonhos que revoa.
imaginando Deus - nesta homenagem!